segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A COR NA ARQUITECTURA

Este arquivo pretende expor a importância da cor na história da arquitectura.

Posso afirmar que a cor assume diferentes significados ao longo da história, e está sempre ligada a formas de expressão arquitectónica.
Os gregos pintaram com vermelhos e azuis os seus templos de mármore branco, com vista a realçar certas partes das ordens, tal como os egípcios pintaram de forma brilhante os seus templos. As basílicas cristãs primitivas tinham as suas paredes e abóbadas interiores cobertas de mosaico com figuras bíblicas e símbolos cristãos, tal como as igrejas góticas estiveram animadas com a cor resultante não só nos seus vitrais coloridos como também nas suas pinturas já desaparecidas. Os arquitectos renascentistas interessaram-se mais pelas composições claras dos seus edifícios, restringindo o uso da cor ao branco, creme e cores escuras. Porém no período Barroco a cor voltou a tornar-se num elemento importante do desenho e embelezamento.
Em Portugal, o amarelo estava associado ao Estado Novo, em contraposição estava o branco e a “pedra” nas zonas rurais que transmitiam simplicidade e humildade arquitectónica, muito associadas ao neo-realismo. O branco da cal não surge como norma higiénica, mas sim como uma nova norma de natureza cultural e ideológica.
O grande cisma da cor sucedeu apenas muito recentemente. As condicionantes culturais direccionaram-se para o purismo formal para o funcionalismo, que implicou um monocromatismo arquitectónico. O racionalismo neoplástico e minimalista impôs o elementarismo cromático; construtivismo e muito mais tarde o brutalismo, recusaram os revestimentos e regressaram às “cores autênticas” dos materiais, deixando-os à vista. Na revolução industrial o mundo Moderno seguiu uma lógica mais pragmática e mecanicista, procurou a eficiência e economia maior poder de cobertura e uniformidade de acabamento. Procuraram-se qualidades que se julgavam imprescindíveis para revestir uma arquitectura moderna, feita à imagem e semelhança da máquina.
A cor de uma arquitectura será sempre a cor dos próprios materiais, ou seja das soluções de materialização ou de revestimento das suas superfícies.
As cores na arquitectura, e na cidade, são inalteráveis uma vez que a luz solar possui sempre as mesmas características. Mas um estudo cromático não se pode restringir ás fachadas dos edifícios, embora sejam as mais visíveis. Existem muitos outros factores que irão condicionar a imagem urbana e que no seu conjunto, criam a especificidade cromática de um sítio.
A imagem urbana é construída pelo somatório de todas as pequenas e singulares contribuições que no seu conjunto, criam a expressão de um todo. Assim comos os ritmos, cheios e vazios arquitectónicos.

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