sexta-feira, 28 de agosto de 2009

CAMPANHA ANTI-MARQUISE


Após uma breve leitura da noticia publicada na edição do dia 27 de Agosto do Público, dando conta do lançamento de uma campanha anti-marquises, fiquei inquieto. Resolvi ler todos os 139 comentários deixados pelas mais variadas pessoas, dirigi-me ao meu quarto onde os meus pais fecharam uma varanda clandestinamente de forma a aproveitar os 2,5 metros quadrados para fazer um escritório e....

...Afinal qual é o problema da marquise? Até o Cavaco Silva tem uma... Ups, não era bem isto que queria dizer...

As marquises são um problema estético, são apêndices disformes resultantes, na maioria dos casos, de um problema maior, o próprio prédio. Sem dúvida que, para o aparecimento desta iniciativa em muito contribuíram os chamados "entendidos", "desenhadores", "engenheiros" que mais não foram do que verdadeiros "patos bravos" que no momento da sua êxtase criativa se esqueceram das mínimas comodidades e serviços para os utilizadores das suas pequenas maravilhas arquitectónicas.

Com efeito, há décadas que o país padece deste mal, que o vai desfigurando aos poucos, e, pior, se vai "instalando" onde não devia, a começar pelos regulamentos das próprias Câmaras Municipais que, em vez de serem claros quanto à necessidades de as impedir, por ilegais, e combater; antes as aceitam e aprovam, invertendo assim, os princípios que deviam reger as cidades.

É de louvar esta campanha movida pelo Sr. Luís Mesquita Dias, apoiado pelo Ministério do Ambiente assim como, qualquer uma que tente parar a degradação do nosso país, melhorando a nossa paisagem urbana.


P.S.: A jornalista
Ana Henriques começa o ultimo paragrafo com o seguinte: «
com o bastonário dos arquitectos, João Rodeia, a ignorar a campanha que aí vem. Mas congratula-se por um particular ter resolvido chamar a atenção para o problema»
...parece-me que anda alguém a dormir mas, isso já dava para um novo post.

3 comentários:

pedro manuel disse...

ohhh rui, concordo com a tua opiniao.
o problema esta no proprio desenho do edificio...mas temos de falar baixinho...:)
um abraço
pedro manuel

gdionisio disse...

olá rui, realmente não vejo maneira de resolver o problema das "marquises". Eu acho é que os projectos de licenciamento deveriam/ou não, prever a expansão do fogo ocupando as varandas/terraços, mas que fosse acordado com todo o condomínio e que, tal como quando é para pintar o prédio se juntam e o fazem no prédio todo, as "marquises" fossem também elas feitas todas de uma vez, segundo o projecto inicial onde estariam definidos materiais, cores, formas etc.

r u i . d i n i s disse...

olá, caro gdionisio só dei conta do seu comentário hoje... fria tarde de domingo... não concordo com a bondade da sua sugestão, percebendo-a claro. O problema não está na autorização ou no acordo com todo o condomínio, está realmente na alteração do desenho e imagem do edifício. Não estou de acordo que o projecto de licenciamento «contemple a expansão do fogo ocupando as varandas/terraços» porque isto pode dar aso a resultados perversos à posterior construção do edifício. Acho que os municípios devem ter um papel importante na fiscalização deste tipo de situações, penalizando quem realmente fecha as suas varandas e constrói as suas marquises (peço-vos desculpa pai e mãe), mas realmente o problema é arquitectónico, devido à má resposta dos edifícios às necessidades das famílias.