segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

MOON CAPITAL 2069 (arquivolução RESPOSTA 7)


O júri do concurso Shift Boston Moon Capital 2069 anunciou o vencedor. A competição apelou a arquitectos, artistas, paisagistas, urbanistas, etc. a apresentar visões para a para a colonização da Lua em 2069. Este grupo, sem fins lucrativos procura alargar o âmbito da arquitectura, olhando para a lua como um espaço concreto e a pensar no tipo de construção que poderá vir a ser implementada 100 anos após a nossa primeira visita. Será que a Lua pode-se tornar um estado independente? Soberano e auto-sustentável? As imagens são relativas à proposta vencedora, de Bryna Andersen, onde é imaginada uma base lunar em torno de uma antena em massa que iria colectar energia solar e irradiá-la de volta para a terra. Existem alguns conceitos surpreendentes entre as entradas, como uma cidade modular que permite um crescimento orgânico, um cemitério lunar e a colonização da superfície lunar por clusters computorizados.

Mais informações: aqui

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O FIM DA ARQUITECTURA DO EGO!

O sistema de financiamento que impulsionou o BOOM da construção global degenerou, nós, hoje, assistimos à ultima década de um agradável sonho que podia ser comprado, construído e justificado. Para muitas pessoas em Portugal e em vários países ocidentais, estes anos foram um devaneio de credito fácil, de hipotecas com taxas ajustáveis, que mascararam salários estagnados e a endémica desigualdade. Esta quantidade de dinheiro fácil deixou uma marca efectiva no solo, podemos observa-la nos restos de riqueza alucinada que ainda nos rodeiam. Naturalmente, o ambiente construído é irreduzível a um único ponto ou a uma única análise: As cidades são concentrações de Homens, de necessidades, de possibilidades, com uma grande capacidade de organização, transformação e transmissão de bens e informação, são acréscimos do que foi projectado, resultado do improviso, do escolhido e recebido, do que é imaginado e do que é experimente. Da mesma forma, o conceito de urbanismo hoje excede qualquer noção fixa do século XX, englobando tecnologia e favelas, habitações uni-familiares e torres de escritórios.
Parece-me necessário avaliar as tensões, os espaços e a vida produzidos, analisando a nossa situação urbana actual e o que está para além dela: a cidade do passado e seu futuro, o centro histórico, o suburbano, o peri-urbano, etc., etc. O reinado de arquitectura do ego do financiamento hiper-capitalista chegou ao fim, desta forma é necessário, a arquitectura oferecer formas alternativas e perspectivas de urbanismo. Mais do que nunca, precisamos de um urbanismo que olhe para trás para seguir em frente, que considere as vozes daqueles que, sem o poder de construir e as ideias dos arquitectos construíram modestamente, criticamente, do nada... chegou o momento do acerto de contas, para (re) imaginar as paredes com as quais construímos o nosso mundo e as janelas através das quais o vemos.

imagem via:
flirck

domingo, 14 de novembro de 2010

LIFE MACHINES

Uma imagem que dispensa legenda, que nos põe a pensar... O automóvel continua a ser, na maioria das cidades portuguesas, o principal responsável pelo congestionamento, ocupação de ruas e praças, originando dificuldades de mobilidade e contribuindo para a ineficiência ambiental com graves resultados para o bem-estar e qualidade de vida dos centros urbanos.
A cidade portuguesa tem evoluído, quando comparada com as suas congéneres Europeias, a um ritmo lento para as necessidades reais de mudança. Podemos dar algum destaque a exemplos como Aveiro ou Cascais, onde se nota o incentivo à utilização dos velocípedes como meio de transporte urbano, ao observar o esforço na criação de condições favoráveis com a alocação do espaço público para o transito de bicicletas, oferta de zonas de parqueamento e disponibilização de bicicletas de uso público... amargo é, ver esta promoção ser feita essencialmente pelos municípios onde a promoção por parte do Estado é nula. O encorajamento do uso da bicicleta, além de contribuir para a redução de gases poluentes e dos seus efeitos, salvaguarda recursos, cooperação, envolvimento e participação pública, respeito pelas necessidades sociais, económicas e ambientais, contribuindo para ganhos de saúde para os seus utilizadores.
Acho, que deve-mos olhar para uma Europa carregada de bons exemplos nesta matéria, segundo o artigo elaborado pelo ex-presidente da FPCUB, José Manuel Caetano, sobre «O papel da bicicleta na mobilidade urbana», em cidades como Ferrara (Itália), Amesterdão (Holanda) e Berma (Suíça) temos taxas de utilização de 31, 20 e 15% respectivamente (sublinhe-se o caso de Berma, onde o declive médio das suas vias é de 7%).
De modo geral, quando se pensa no tipo de soluções a adoptar para uma correcta integração da bicicleta no sistema de transportes, deve ter-se em conta a rede viária pré-existente.
A escolha das soluções a adoptar para uma correcta circulação de velocípedes está, em primeiro lugar, dependente das políticas de ordenamento no que respeita à velocidade de circulação de veículos motorizados e aos volumes de tráfego praticados em cada eixo rodoviário. Uma vez definidos os eixos e zonas da cidade onde o limite de velocidade seja reduzido é possível estabelecer as tipologias que melhor servirão à circulação de bicicletas.
Existem diferentes conceitos de ordenamento das vias – a mistura, a separação e a exclusão – que melhor se adaptam à especificidade dos eixos rodoviários referidos. A partilha do espaço entre peões, bicicletas e veículos motorizados é recomendável quando a velocidade é reduzida, como são os casos de bairros residenciais e zonas históricas ou centros de cidades. Para os casos em que a velocidade seja moderada, deve ter-se em conta a noção de espaço Vital do Utilizador de bicicleta, correspondente à margem que lhe permite ser ultrapassado em segurança, sem influenciar a sua trajectória e sem afectar o seu conforto. A par dos melhoramentos relacionados com a circulação de bicicletas, é igualmente necessária uma melhoria nos transportes colectivos, de modo a tornarem-se eles próprios uma marca de qualidade, apelativa a um universo maior de pessoas. Ao torná-los mais confortáveis, seguros, regulares e pontuais, com ligações que sirvam os destinos habituais e um maior funcionamento em rede, permitindo simultaneamente a complementaridade com a bicicleta, possibilitando o seu transporte gratuito e disponibilizando condições de parqueamento e de acesso aos terminais multi-modais... a bicicleta contribui para o alargamento da área de influência das redes de transporte colectivo.
A promoção da bicicleta exige um empenho dos órgãos governativos e da sociedade em geral, na busca de uma mudança dos valores e da imagem associada ao seu uso. ...LIFE MACHINE um bom slogan para a alteração de hábitos e criação de um conceito saudável de transporte urbano.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O HOMEM PARANOIDE

... acabei de escrever a dissertação de mestrado, agora, espero pelo abalo positivo do orientador... sinto-me envolvido por um tédio visceral... preciso de trabalho urgentemente... parto para a elaboração do portefólio, curriculum, reúno os "Gigas" de informação e trabalho produzido, reparo numa evolução constante e relativamente sustentada da minha pessoa, sorrio, mas,.... vejo ao fundo um mercado de trabalho atrofiado e completamente canibal! Assusta-me, no tipo de Homem que me tornarei... Sim!? Este passo é grande... Ao longo deste ultimo ano tive oportunidade de reflectir sobre a sociedade actual e o espaço urbano, sobre este Homem que hoje vive dentro de múltiplas identidades deslizantes, Homem plural, que é chamado a reflectir sobre os mais variados temas, nunca com resposta clara e objectiva, numa realidade cada vez mais complexa e com maior número de variáveis. Homem que vive com a necessidade cada vez mais urgente de organizar muita informação e de realizar tarefas com grande rapidez e eficiência. Este Homem, convive com um processo de desertificação, tanto físico como anímico.
Deserto que pode ser analisado como o resultado de uma dinâmica onde o Homem percebe a sua humanidade na razão directa da sua capacidade para dominar a natureza e os outros Homens, sendo incapaz de reconhecer a sua limitação!... um homem que cria, recria, modifica, explora coloniza, domina, mas, é cada vez mais escravo da sua criação por estar preso à vontade crescente de dominar o mundo, o Homem Paranoide!
Homem que modifica a natureza segundo o seu desejo de domínio, que concebe tecnologias cada vez mais avançadas e um meio ambiente cada vez mais artificial, é também produto daquilo que cria, um objecto do progresso que convive com a angústia da solidão. Sente-se inadaptado à situação presente da cidade, que o conduz a uma tentativa de construção da experiência fora dos paradigmas estabelecidos, como que numa vontade permanente de por à prova um sistema cuja falência antevê, dado o carácter inumano que esta alcançou, pela colocação de prioridades que, em vez de contribuírem para o bem-estar geral, servem os interesses de poucos. O que origina um colapso na fé dos grandes sistemas filosóficos explicativos como promotores de uma melhor compreensão do mundo e uma descredibilização do nosso sistema político, para a qual contribui a crescente marginalização social de vários segmentos da população mundial. A coexistência de altos níveis de desemprego, a degradação dos grandes centros urbanos, cria uma frustração social generalizada, que abala profundamente a crença do Homem contemporâneo na efectiva realização dos seus ideais. Levando-me a acreditar que o grande paradoxo social actual é o Homem conviver dia a dia com uma grande quantidade de pessoas e ao mesmo tempo sentir-se solitário.
MAS QUE RAIO???!!!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Arquitectos Sem Fronteiras – Portugal

Os Arquitectos Sem Fronteiras – Portugal comemoram 10 anos de existência com a exposição de alguns dos projectos desenvolvidos desde a sua fundação. Esta exposição insere-se nas Comemorações do Dia da Arquitectura – “Melhor cidade, mais qualidade de vida”, com o apoio da Ordem dos Arquitectos. Na inauguração estará presente o Presidente da Ordem dos Arquitectos para a assinatura de um protocolo de cooperação, entre a OA e os ASF-Portugal. Quem andar por Lisboa é favor dar um salto ao Museu do Oriente.

domingo, 26 de setembro de 2010

Solar South Park (arquivolução RESPOSTA 6)


Está a ser realizado um concurso de ideias no Sul de Itália, em que se pretende renovar ou reutilizar um viaduto que faz parte da rodovia que liga Salerno-Reggio Calabria. Este trecho rodoviário vai ser desactivado e uma nova estrada vai ser construída nas proximidades, o que levanta o problema de como utilizar a infra-estrutura existente. Actualmente, o júri do concurso ainda está em deliberação sobre qual o melhor projecto, no entanto, recentemente foram publicadas, no inhabitat, imagens de uma das ideias a concurso produzida pelo atelier Ja StudioInc. Este atelier propõe, ao contrário da demolição, usar este viaduto e as sua extraordinária estrutura, interligando esta estrutura totalmente com a paisagem, através da criação de uma cidade parasitária que se vai desenvolvendo, utilizando energias renováveis, experimentando novas formas de protecção do ambiente tirando partido da arte da terra capaz de estimular um turismo responsável.


A proposta não é um parque solar ou de energias renováveis, mas um parque ecológico que gera conexões rápidas entre as famílias e o meio ambiente envolvente.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

MOMENTOS - curta



Já dizia Pessoa: «O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.»

Esta curta, do Nuno Rocha, é sublime...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A INADAPTAÇÃO DOS SISTEMAS


A eficiência é um dos valores mais repetidos na sociedade actual. Uma obsessão que vem de longe e foi mesmo considerada como um critério para medir a evolução da cultura industrial.
É certo o aumento anual de energia per capita (Portugal registou um aumento de 80% no período de 1990-2004) o que cria relações de extrema complexidade na gestão energética, se não vejamos o seguinte exemplo: um agricultor na Nova Guiné, devido ao seu trabalho ser manual, com uma unidade de energia produz entre 10 a 20 unidades de energia para consumo, enquanto que na dita agricultura moderna são utilizados cerca de 45 unidades de combustível fóssil para produzir 20 unidades de energia disponível aos consumidores no supermercado podendo-se concluir que o nível de vida superior que possuem as nações industrializadas não é consequência de uma eficiência produtiva, mas de um grande aumento da quantidade de energia disponível por pessoa.
Porque produzimos assim os nossos alimentos?, porque desperdiçamos a energia que há no ambiente e não a aproveitamos?, porque continuamos a construir cidades para os automóveis?, porque se o arquitecto tem em seu poder a responsabilidade de no acto de projectar dotar o desenho com características que minimizem o impacto ambiental do futuro (i)móvel no meio ambiente, o continua a não fazer?
o projecto de arquitectura tem o poder educador sobre a sociedade em que actua, devendo tirar o máximo de partido das potencialidades produtivas, turísticas e de gestão paisagística utilizado os recursos locais.
Só assim poderemos contribuir para uma cultura ecológica que entenda a paisagem e que respeite a complexidade dos sistemas ecológicos.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

...3 meses

Passaram-se quase 3 meses desde o ultimo post. A escassez de tempo nos meses de Junho e Julho aliada à descompressão necessária e realizada em Agosto fizeram com que o ensaio se limita-se apenas a existir durante este tempo...

Num ano em que a trienal deixa de fora a cidade do Porto, Setembro arrancou com o congresso internacional AICO, realizado pela DARCO Magazine em parceria com a JOFEBAR que, infelizmente não trouxe debate! em parte por culpa da organização que não o soube potenciar, apesar do bom painel de convidados e moderadores, e por outro lado, talvez o pragmatismo em que a disciplina se vê envolvida não deixe espaço para o pensamento “filosófico” ou preocupações politizadas!? Talvez a imposição de adaptação rápida às condições específicas de uma profissão cada vez mais tecnocrática façam do arquitecto um profissional que responde a encomendas cuja natureza não deve ser questionada, competindo-lhe apenas executar bem!?... difícil, a tarefa para plateia que, se viu bombardeada por uma quantidade colossal de imagens ao longo de seis dias. No entanto, a ressalva de dois atelier's ambos sul-americanos, na minha opinião as surpresas do congresso...




sexta-feira, 4 de junho de 2010

Roadmap 2050 (arquivolução RESPOSTA 5)

Roadmap 2050: AMO from OMA on Vimeo.

Roadmap 2050 é um projecto cujo objectivo é uma análise de meios e soluções para conseguir reduzir ou mesmo eliminar as emissões de dióxido de carbono da Comunidade Europeia para a atmosfera. É uma ideia da Fundação Europeia do Clima (ECF) desenvolvido com um conjunto de especialistas entre os quais se encontra o conceituado AMO que se encarregou de toda a documentação gráfica.
Roadmap 2050 demonstra mediante mapas e gráficos que é possível reduzir as emissões de dióxido de carbono de 80% a 100% caso se faça um intercâmbio energético entre o Norte de África e a União Europeia, aproveitando as fontes de energia "limpa" que têm cada um e troca-las segundo as estações do ano. La configuração de "Eneropa" troca fronteiras por tipos de fontes de energia e as regiões passariam a chamar-se "Solaria", "Biomassburg", "Isles of Wind", "Tidal States", "Urania", Geothermalia"... As trocas energéticas precisariam da construção de instalações locais e uma rede de conexão-abastecimento global com uma capacidade adequada (ROADMAP). Depois de um investimento inicial relativamente elevado do projecto agora seria obter redução de custos até 2020 e atingir as metas em 2050. O estudo, resumido no vídeo, mostra que este projecto criará mais postos de trabalho ao cidadãos Europeus e que quanto mais tempo se demorar a implementar este plano maiores serão os custos.

Mais informações aqui

quinta-feira, 3 de junho de 2010

LOGORAMA (Melhor Curta [Animação] 2010)


O filme vencedor na categoria “melhor curta-metragem de animação”, “Logorama”, do cineasta argentino Nicolas Schmerkin. Excelente curta sobre o modo como as marcas invadem o mundo contemporâneo, que no filme recebem um novo contexto e são satirizadas em função do guião.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

ARCHITECTURE FOR HUMANITY



Documentário que nos leva a conhecer melhor a fantástica organização Architecture for Humanity, baseada na procura da construção de um futuro melhor, usando a partilha e o poder do design.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

UMA QUINTA NOS CAMPOS!


Os Campos Elísios, em Paris, transformaram-se, este domingo, numa enorme quinta. Dezenas de agricultores expuseram plantas, flores, frutas e vegetais e até mesmo animais, como forma de chamar a atenção da sociedade para a crise vivida na agricultura, em França.
O evento, organizado por várias associações do sector, atraiu milhões de pessoas à capital francesa que observaram por mais de um quilómetro os vários produtos agrícolas expostos, bem como como vacas, porcos, cabras, ovelhas, entre outros animais.
Iniciativa que, para além de pioneira e de forte impacto, sossega a paranóia em que vive a maioria da população urbana... Se não vejamos, hoje, o cenário urbano mostra-se cada vez mais agressivo, não possibilitando a materialização dos desejos, a transposição entre o sonho e o real… o Homem urbano vive o seu quotidiano rodeado de elementos estranhos e, nos quais não encontra identidade, o que desencadeia um deslocamento e uma não identificação com a realidade circundante, provocando uma ausência de referências que permitem construir o território comum e a sua identificação com o espaço. Hoje, é inevitável questionar a obsessão evidente pela imagem estetizada, onde a aparência, o desejo consumista, a primazia da visão sobre todos os outros sentidos, leva a reconhecer que o ambiente em que vivemos se afasta, frequentemente, de questões que se relacionam com o Homem e as suas necessidades emocionais e sensoriais, o que se reflecte num desconforto generalizado que conduz a uma busca de espaços onde se possam completar estas lacunas e encontrar situações que propiciem a identificação e o sentimento de pertença.
Esta forma de aproximar o "urbanoide" do universo rural, para além de fornecer conhecimento empírico sobre a realidade esquecida, sensibiliza, reforça os laços com a natureza e acima de tudo liberta da paranóia.


segunda-feira, 5 de abril de 2010

VITRAHAUS VIDEO



Vídeo cedido pela Videos Architectural, mostra-nos o interior de uma das ultimas obras de Herzog de Mouron onde se pode ver o interior e exterior do VitraHaus. Um edifício que se "monta" através do empilhamento de várias caixas que resultam numa diversidade, extremamente rica, de espaços no seu interior.

sábado, 6 de março de 2010

ARQUITECTURAS SEM ARQUITECTOS






Programa Ver Artes / Arquitectura. RTP2. 1996. Casas construídas clandestinamente. Barracas? Arquitectura vernacular? Este episódio é uma relíquia narrada pelo arquitecto Manuel Graça Dias em que fala de arquitecturas sem arquitectos.

METROPOLIS

Metropolis by Rob Carter - Last 3 minutes de Rob Carter no Vimeo.

quinta-feira, 4 de março de 2010

O "milagre" FARMVILLE


Bem... o ensaio tem facebook, como alguns leitores já tiveram a oportunidade de verificar, ainda hoje, chegaram 3 convites para participar neste aparente "milagre" social que é o cultivo e criação virtual de plantas e animais em poucos minutos... Estes convites despertaram a minha curiosidade o que me fez "correr", para essa página que cada vez mais se torna em nossa casa (entenda-se google.com) e descobrir toda uma nova revolução agrária no mundo virtual dos jogos sociais!
Na China estima-se a existência de mais de 23 milhões de users activos que gastam cerca de 5 horas diárias em jogos como Happy Farm das plataformas qzone e RenRen de acordo com os dados do criador deste jogo. A loucura e o vicio estão a tornar-se tão fortes que este joguinho já destruiu carreiras e relacionamentos, aparentemente devido a legumes roubados e a noites de menor fulgor sexual devido à intensidade da dedicação destes agricultores que não conseguem negligenciar os seus rabanetes e espinafres virtuais! Em Novembro de 2008 surge também no Facebook uma versão deste jogo intitulado de farmville o que fez com que aproximadamente 448 milhões de pessoas estejam ligadas em frente ao seu computador durante várias horas a trocar vaquinhas, sementes ou porquinhos e dão qualquer coisa como 421,3 milhões de dólares de receita anual a estas plataformas.
O ensaio continuará a promover uma Agricultura do tipo Urbano, não só pelo papel importante no sistema ecológico urbano mas, sobretudo pela capacidade de criação de verdadeira interacção social entre cidadãos, contribuindo para a diminuição do deserto físico e anímico em que vive o Homem contemporâneo...
Alegremos-nos!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

EU VOU! E TU?

O Projecto Limpar Portugal (PLP) é um movimento cívico ALTRUISTA cujo objectivo é promover a educação ambiental por intermédio da iniciativa de limpar a floresta portuguesa no dia 20 de Março de 2010.



Eu já aderi! E tu?

http://www.limparportugal.org

domingo, 21 de fevereiro de 2010

ALGUMAS DICAS...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

The Berg (arquivolução RESPOSTA 4)


No dia 31 de Outubro de 2008 as autoridades berlinenses convocaram um concurso de ideias para ver o que se poderia fazer com a grande extensão de terreno, antes ocupada pelo aeroporto de Tempelhof em pleno centro de Berlim.
O Governo central queria realizar um conjunto residencial, ideia que que não pareceu correcta ao jovem arquitecto catedrático da Universidade Técnica de Berlim Jakob Tigges, que afirma que em Berlim o que não falta são vivendas vazias.
Apartir deste ponto de vista surge The Berg, uma montanha artificial de 1000 metros... é sem dúvida uma das coisas que faltam a Berlim!

No manisfesto escrito por Jakob Tigges pode ler-se «As grandes e mais ricas cidades do mundo sempre procuraram os limites da arquitectura, edificando gigantescos hotéis com formas fantásticas, erigindo altíssimos arranha-céus para escritórios e construindo templos filarmónicos que parecem flutuar sobre a água.» Berlim quer ter uma montanha! E já conta com um alargado grupo de fãs no facebook!

Esta proposta afirma-se como uma utopia onde, a criação de uma montanha artificial e todos os benefícios que trará o aparecimento de todo um novo ecossistema, como por exemplo a melhoria das condições ambientais, a diminuição da poluição num lugar que é ocupado por um aeroporto, a criação de um novo espaço de turismo/lazer na cidade será uma importante mais valia económica, logística e ambiental para a cidade de Berlim. O desenvolvimento desta proposta vai ao encontro das necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade de desenvolvimento próprio das gerações futuras, sustentável portanto! Isto pode assustar, e alguns leitores ficarem a pensar nos gastos energéticos que o desaterro e transporte das terras, rochas, vegetação, etc... necessários para a criação de uma infraestrutura como esta provocarão?! No entanto, após o período de construção e maturação desta estrutura o seu potencial é inegável.
A resolução de problemas gerados na cidade, como a poluição, não passa somente pela gestão sustentável das cidades, mas também pela necessidade de uma nova organização do território assumindo usos mistos do espaço urbano, com a coexistência de pessoas, actividades e sistemas ecológicos que podem melhorar a qualidade do ambiente urbano.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

La Maison en Petits Cubes (Melhor Curta [Animação] 2009)

Como a sua cidade é inundada pela água, um velho homem é obrigado a acrescentar níveis adicionais na sua casa com tijolos de forma a ficar seco... Um dia ao deixar cair um cachimbo para um piso que já se encontrava submerso, o homem mergulha em busca do objecto e encontra uma vida que ficou para trás. Uma das melhores animações que já tive o prazer de ver, produzida pelo autor japonês Kunio Kato. [os oscars aproximam-se]...
fonte: sevenload
ver melhor curta 2008 aqui

sábado, 13 de fevereiro de 2010

FiberCity Tokyo 2050 (arquivolução RESPOSTA 3)

Anda aí um novo conceito de urbanismo... Fibercity!

"O que é uma Fibra?
Uma fibra pode ser entendida como uma organização de grãos ou de discussão. Em termos de forma da cidade é um espaço linear. As cidades contemporâneas estão cheias destes tipos de fibras, sendo um exemplo o sistema extensivo de transporte que se estende do céu para a o subsolo ao longo de qualquer conjunto urbano. Na mesma maneira, o rede de comunicação que suporta e liga a cidade é formada pela lógica da sua função, e assume uma fibra semelhante, como a configuração. Fibras são espaços com a velocidade. "
Fibra City 2050 centra-se na utilização de fibras urbanas para desenvolver uma alternativa modelo numa época de esvaziamento das cidades. Para a resolução dos problemas da cidade de Tokyo são abordadas quatro estratégias urbanas:

Urban Wrinkle é uma estratégia auxiliada pelo desenho urbano que visa melhorar e renovar lugares que se mostrem pouco atraentes tirando todo o seu potencial. São lugares lineares comparados às rugas de um rosto, onde a abundância de rugas pode ser vista como uma evidente abundância de história.

Green Finger é um planeamento urbano que converte as áreas localizadas a mais do que a distancia possível de caminhar de uma estação férrea em espaços verdes criando uma cinturão que envolve a cidade apartir dos subúrbios.

The Green Web é um projecto urbano destinado a converter uma parcela redundante da Região Metropolitana numa auto-estrada e num parque linear de forma a garantir o acesso de emergência ao centro da cidade em caso de crise, bem como fornecer espaço verde de qualidade à comunidade.


The Green P a r t i t i o n, estratégia que pretende melhorar vai melhorar o impacto de desastres naturais e criar facilidades locais através da compartimentação das super lotadas áreas residenciais no centro de Tóquio. Visto a grande ameaça à cidade é a grande probabilidade de um terramoto num futuro próximo que se espera devastador e que provabelmente poderá produzir grandes incêndios.


Cada uma das quatro estratégias urbanas pretendem alterar o carácter da cidade através da manipulação cuidadosa dos elementos lineares existentes. Deve notar-se, que estas estratégias não são apenas voltadas para um único propósito, tratam de vários objectivos, incluindo a reactivação da cidade, a reorganização residencial, a criação de áreas de mitigação de desastres e a alteração e enriquecimento dos espaços verdes.
Desafios importantes que, mais cedo ou mais tarde todas as cidades do mundo terão de enfrentar.


fonte: fibercity2050
pdf
repto ARQUIVOLUÇÃO (1) & (2)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

I DONT BELIEVE IN GLOBAL WARMING

(...)
photo by RomanyWG (flickr)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Work AC - Edible Schoolyard

Edible Schoolyard - traduzido "pátio da escola comestível"

O atelier WorkAC em colaboração com o Edible Schoolyard NY e a Alice Waters’ Chez Panisse Foundation conceberão uma nova escola que irá fornecer aos jovens nova-iorquinos uma experiência de aprendizagem diferente. O projecto possui uma série de sistemas sustentáveis interligados que produzem energia, onde a água da chuva é recolhida, processa-se à compostagem de resíduos tornando a infraestrutura auto-sustentável em vários aspectos.
O coração do projecto é a cozinha que funciona como sala de aula, onde cerca de trinta alunos poderão preparar e saborear as suas refeições juntos. A parte central está coberta por uma estrutura móvel que dependendo da época de cultivo poderá servir de estufa ou de abrigo de forma a permitir que as crianças possam cuidas das plantas.

Existe a perfeita consciência de que hoje, a sociedade é regida por novos comandos, por uma tecnologia computorizada que invade o nosso espaço pessoal, que tem substituído os livros por ebooks, referências bibliográficas por hiperligações, a ida à biblioteca por pesquisas na internet, dando azo a uma transformação, social, educacional e económica… Deste modo, este trabalho é uma óptima forma de introduzir métodos sustentáveis na vida das crianças construindo uma consciência ecológica de uma população eminentemente urbana, que garanta o usufruo de produtos agrícolas de qualidade sem prejudicar o ambiente às gerações de hoje e às de amanhã.

fonte:WorkAC

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

STEAMPUNK TREE HOUSE

Se imaginarmos um outro tipo de árvore?! Um tipo que pode aparecer num futuro não muito distante... A memória de uma árvore leva-nos para um imaginário romântico, onde o verde se manifesta em todo o seu esplendor, no entanto ,o grupo steamtreehouse através da reutilização de materiais deu forma a uma nova espécie.
A Steampunk Tree House, como podemos ver pelas imagens, representa uma relação mutante que se mostra benéfica entre as pessoas e a natureza. Esta "casa da árvore" é construída com madeira reciclada, componentes mecânicos e aço.
Numa época em que a preocupação com a reutilização, a redução e a reciclagem são o mote de vários debates, parece-me necessário destacar este tipo de trabalhos que de forma experimental podem ter um papel didáctico sobre a sociedade.
Como as crianças, nós subimos às árvores! Seja por diversão ou como um refúgio da nossa vida terrestre, os braços acolhedores de uma árvore sempre ofereceram um pouco de desafio, uma sensação de realização, de segurança, segurança e bem-estar.
Como adultos, sabemos que a nossa relação com o mundo natural é cada vez mais artificial. As actuais florestas estão a desaparecer. O clima está a mudar e as nossas relações sociais são cada vez mais superficiais.
Ao olharmos através das coisas que compramos,damos conta que estamos cada vez mais desligados do nosso ambiente e de uma conexão social genuína.
A Steampunk Tree House pode, certamente, lembrar as pessoas de um tempo mais simples, mais inocente. Pode servir como um lembrete da infância, e um exemplo de como os seres humanos podem viver em harmonia com a forma artificial da natureza.
No entanto, a árvore também pretende inspirar o pensamento crítico por parte dos seus moradores, incentivando os seus habitantes a reconsiderar a relação, muitas vezes paradoxal entre o homem e o ambiente do qual fazemos parte.


quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A COMPLEXA HISTÓRIA DA SUSTENTABILIDADE

..


Eu realmente não sabia que o termo Sustentabilidade tinha aparecido pela primeira vez na Alemanha num manual de silvicultura em 1700!... Também não sabia que existiam pessoas a sentirem-se paranóicas com um suposto plano de conspiração por trás do aquecimento global!
Passo a publicidade - The Complex History of Sustainability - é um cronograma de tendências, autores e projectos de ficção feita por Amir Djalali, com a participação de Piet Vollaard. Este trabalho foi originalmente publicado na revista Volume #18 e tornado interactivo com a maceração do Google Maps. Ver AQUI!
Pode-se também descobrir toda uma panóplia de ficção utópica realizada ao longo dos anos e descobrir todo um conjunto de atictudes diferentes em relacção à natureza ao longo da história.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

COMEÇAR O ANO COM UMA UTOPIA - BROADACRE CITY


A Broadacre City surge num contexto muito específico pela mão do arquitecto Frank Lloyd Wright, o que faz com que a proposta apresente características de um determinado contexto cultural e histórico mas que tem certos traços pessoais fruto da postura de Wright.

Para Whight a cidade industrial enredada pela máquina perdeu a sua natureza, a sua lógica interna, a sua essência e arrastou consigo os cidadãos, que prisioneiros do maquinismo infernal perderam as suas referências, acabando por se tornarem marionetas – de produzir, de rentabilizar, de multiplicar. Devido à grande cidade industrial ter abandonado o valor da terra largando no esquecimento o verdadeiro valor do humano. Whight afirma: «a felicidade do cidadão convenientemente “urbanizado” consiste em aglutinar aos uns aos outros dentro da desordem, iludido como é pelo calor hipnótico e pelo contacto forçado com a multidão. A violência e o rumor mecânico da grande cidade agitam a sua cabeça “urbanizada”, enchem os seus ouvidos “urbanizados”. (…) Uma agitação perpétua excita-o, rouba-o à meditação e à reflexão (…) ele torna-se um agente, vendedor de ideias rentáveis, um viajante que explora as fraquezas humanas especulando com as ideias e invenções dos outros um parasita do espírito (…) perpétuo escravo do instinto gregário, (…) submisso um poder estranho».(1)

Whight vê na noção de aluguer um dos principais problemas da cidade, alugam-se habitações e terrenos, em nome da eficácia a cidade é alugada e sujeita à especulação do mercado e ao domínio do senhorio. «Este é um mundo que vive do parasitismo e da exploração; este é o mundo da pobreza de espírito; o reino dos estereótipos e de uma massa de gente desenfreada, “bonecos mecânicos” que se arrastam em rebanho movidos pelo artificialismo e pelo «instinto gregário». (2)

Assim, a Broadacre City nasce da crítica da realidade existente, de uma cidade inadequada, doente, perdida e transforma-se numa das grandes utopias do século XX. Em 1935, Whight apresenta nos E.U.A a maqueta do seu modelo de cidade (fig. Z), o modelo não se destinava a uma determinada área, não tendo um lugar específico, apresenta uma malha uniforme, contínua, que se alastra indeterminadamente, sem fronteiras, a solução absoluta. «A cidade convertida em nação.» (3)

Na Broadacre City é o campo que ganha vida sobre a forma de uma grande cidade, estende-se por todo o território, tornando cada cidadão num urbano e num camponês. A sua forma dispersa revogará qualquer tendência de convergência, que se tornaria numa mistura de funções ou de pessoas apertadas. Segundo Wright «os grandes centros urbanos já não estavam em vias de desaparecimento; eles tinham deixado logo de existir». (4) Numa era onde os meios de comunicação representam um sintoma importante na evolução dos modos de vida, onde a supressão/redução das distâncias constitui-se como um facto adquirido, a tendência à concentração entra necessariamente em decadência.

Assim, Whight cria a cidade do aventureiro, do nómada, a cidade que inspira liberdade, que respira movimento, coberta por um emaranhado de vias, estradas e auto-estradas, de redes de telecomunicações, uma grelha de fluxos, Broadacre City é, neste sentido, uma cidade de comunicação, do movimento, que pela sua grelha cada ponto encontra-se ligado potencialmente a todos os outros.

A natureza, surge na cidade como meio continuo, receptor de todo o sistema, é o principio fundamental e é nela que assentam todos os componentes que trabalham organicamente, garantindo o equilíbrio do Homem consigo mesmo e com os outro da cidade, onde a beleza da paisagem seria procurada como elemento da arquitectura.

Wright quer «resgatar o valor da terra enquanto direito do Homem, ou o do Homem enquanto herança fundamental da terra» (5) Mas, para isso Whight recupera a importância da máquina e das tecnologias, porque só a máquina poderá garantir as condições materiais para uma sociedade verdadeiramente democrática, a utilização da tecnologia poupará a morosidade das tarefas do Homem, oferecendo-lhe uma maior margem de prazeres. As novas tecnologias não são sinónimo de degradação das motivações e tarefas mais belas do ser humano, elas representam dados fundamentais na caracterização da época contemporânea e são os motores essenciais a uma sociedade moderna devendo ser levadas em conta em qualquer sociedade.

Hoje quando falamos em sustentabilidade sabemos que o planeta não é infinito, os territórios não são infinitos, e precisamos de ser mais económicos, a utopia de Wright nunca chegou a ser construída, muito devido à dispersão visto que cada pessoa teria um acre (aproximadamente 4046 m2) de terreno. Lloyd Wright não tinha a preocupação com a economia do território. O que ele tinha, e hoje mantém-se actual, era a necessidade de não estragar a natureza com as marcas do progresso.

Hoje vivemos num contexto de uma forte crise ambiental, que pode ser entendida como uma crise civilizacional. A violência urbana pode ser considerada um dos maiores distúrbios da sociedade actual, as leis são infringidas e perdem-se totalmente as noções de cidadania, base de sustentação para um melhor convívio social. Neste contexto o sistema urbano constitui, o grande desafio do futuro e a sustentabilidade é o objectivo de qualquer formulação que se considere progressista e comprometida com um futuro socialmente solidário e ambientalmente seguro.

As preocupações ambientais e humanas já existem há vários anos, a falta de energia e matéria-prima, o caos urbano, o trânsito e o excesso de calor aceleraram as discussões globais sobre as práticas arquitectónicas, que se vêm na necessidade de apresentarem soluções para os vários problemas que emergem.

Coloquemos os óculos verdes!
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1 in CHOAY, F., O Urbanismo. Utopias e Realidades. Uma Antologia pag. 236
2 in CHOAY, F., O Urbanismo. Utopias e Realidades. Uma Antologia pag. 237
3 in CHOAY, F., O Urbanismo. Utopias e Realidades. Uma Antologia pag. 242
4 in FISHMAN, R., L’Utopie Urbaine au XXe Siècle. Ebenezer Howard. pag. 97
5 in CHOAY, F., O Urbanismo. Utopias e Realidades. Uma Antologia pag. 241