quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A INADAPTAÇÃO DOS SISTEMAS


A eficiência é um dos valores mais repetidos na sociedade actual. Uma obsessão que vem de longe e foi mesmo considerada como um critério para medir a evolução da cultura industrial.
É certo o aumento anual de energia per capita (Portugal registou um aumento de 80% no período de 1990-2004) o que cria relações de extrema complexidade na gestão energética, se não vejamos o seguinte exemplo: um agricultor na Nova Guiné, devido ao seu trabalho ser manual, com uma unidade de energia produz entre 10 a 20 unidades de energia para consumo, enquanto que na dita agricultura moderna são utilizados cerca de 45 unidades de combustível fóssil para produzir 20 unidades de energia disponível aos consumidores no supermercado podendo-se concluir que o nível de vida superior que possuem as nações industrializadas não é consequência de uma eficiência produtiva, mas de um grande aumento da quantidade de energia disponível por pessoa.
Porque produzimos assim os nossos alimentos?, porque desperdiçamos a energia que há no ambiente e não a aproveitamos?, porque continuamos a construir cidades para os automóveis?, porque se o arquitecto tem em seu poder a responsabilidade de no acto de projectar dotar o desenho com características que minimizem o impacto ambiental do futuro (i)móvel no meio ambiente, o continua a não fazer?
o projecto de arquitectura tem o poder educador sobre a sociedade em que actua, devendo tirar o máximo de partido das potencialidades produtivas, turísticas e de gestão paisagística utilizado os recursos locais.
Só assim poderemos contribuir para uma cultura ecológica que entenda a paisagem e que respeite a complexidade dos sistemas ecológicos.

0 comentários: